domingo, 8 de maio de 2011

EU SEI AMAR BEM

Pensei ter lhe dado todo o amor que pudera dar,
Mas podia dar ainda muito mais que dei.
Não me falta amor e nem haverá de faltar,
Mesmo não tendo mais o amor que entreguei.

Me nascem outros amores, outro  bem querer,
Cabem mais risos nessa boca minha.
Tem calor sobrando pronto pra aquecer,
Não nasci pra ser nem pra dormir sozinha.

Dou-me por toda sem saber a quem entregue,
Tenho uma fonte infinita de amor,
Basta ter quem à essa mesma se apegue,
E que aceite bem qual tamanho fervor.

KARINA POPOVICZ

O FRACO

Quisera eu ter forças,
Pra invocar demônios,
Fazer minhas preces,
Rogar tuas pragas,
Amaldiçoar teus passos.
Quisera eu ter forças,
Pra fazer feitiços,
Entregar teu corpo,
Vender minha alma,
Perturbar teu sono.
Quisera eu ter forças,
Pra tentar a sorte,
Desviar teu caminho,
Fazer sacrifícios,
Dominar tua vida.
Quisera  eu ter forças,
Pra te dar meu ódio,
Fazer teu inferno,
Mudar teu destino,
Adiantar teu fim.
Quisera eu, apenas,
Não ser assim, tão fraca,
E os fracos,
São aqueles que amam.

KARINA POPOVICZ

terça-feira, 3 de maio de 2011

O PRÍNCIPE SEM ESPADA

Chegou galopando um alazão selvagem,
Cabelos compridos, de barba cerrada,
Parecia o homem de maior coragem,
Que já me tivesse tido como amada.

Tamanha nobreza me deixou rendida,
Fui pega, como se fosse uma caçada,
Questão de momento, e fiquei iludida,
E no meu coração, lhe ofereci morada.

Um príncipe doce, delicado e belo,
Por tantas virtudes, fiquei encantada,
Eu quis ir morar com ele num castelo,
Até descobrir que eu fui enganada!

Não veio como eu sonhei que viesse,
Nem é bem do jeito que eu pedi pra fada,
Ainda que melhor homem, não houvesse,
Ai!  Meu príncipe não tinha espada...

Tinha muita coragem, mas não tinha espada.
Era dado às conquistas, mas não tinha espada.
Era o meu príncipe, mas não tinha espada.


Ai meu Deus, porque me iludiste?
Me enganando, com uma fachada,
Como é que eu não vou ficar triste,
Se o meu príncipe não tem espada...

E eu querendo vê-lo em batalha,
Pensei ter achado o par de cavalgada,
Mas na esgrima, ele se atrapalha,
Jesus! Meu príncipe não tem espada.

KARINA POPOVICZ

DISSOLUTA E NUA

Profana, promíscua, herege.
Eu uso vermelho, eu não uso bege!
Pobre é aquele, que não se protege,
Eu só sou a favor, de quem me elege.

Promíscua, herege, profana.
Eu sou intragável, eu não sou bacana!
Fama de terrível, de má, de sacana,
Desfavorecido, é quem é banana.

Herege, profana, promíscua.
Eu sou libertina, eu não sou conspícua!
Coitado de quem me julga, inócua,
Pois a minha vida, é muito profícua.

KARINA POPOVICZ