segunda-feira, 21 de novembro de 2011

TOURO E ESCORPIÃO

Touro com escorpião...
Rima com estouro,
Combina com explosão.
Aperta, morde, belisca,
Lambe, enrosca, sai faísca.
É de pegar fogo,
Com certeza o melhor jogo,
E combinação do zodíaco.
Máquinas de sedução,
Dominados pela paixão,
Com desejo demoníaco!

KARINA POPOVICZ

RECEPÇÃO

Pode entrar, eu já abri a porta.
De outra hora, nada mais importa,
E você chegou primeiro.
No meu coração cabe um vagão,
Cabe mais, cabe um  refrão.
Cabe um mundo inteiro.

KARINA POPOVICZ

PRA VOCÊ SABER...

Da próxima vez que me olhar nos olhos,
Olhe bem pra dentro de mim.
Enquanto isso você pode tocar meu rosto,
E com a outra mão, pode tocar minha alma.

Quando beijar a minha boca de novo,
Note a frequência da minha respiração.
Sinta meu coração batendo,
E me abrace com força e por muito tempo.

Preste atenção em tudo que eu digo,
E naquilo que eu não preciso dizer.
Veja o que eu tenho de melhor em mim,
Mostre o que há de melhor em você.

Sempre que quiser descansar,
Pode fazer isso nos meus braços,
Sempre que quiser desabar,
Pode fazer isso no meu colo.

Sempre que quiser enlouquecer,
Pode fazer isso no meu corpo,
Sempre que quiser ser de alguém,
Pode ser meu, que eu serei tua.

KARINA POPOVICZ

AO DONO

Dilacera-me entre muitas questões,
Sequestra meu pensamento  por alguns segundos,
Me sufoca em meio às indagações,
Manipula os meus desejos mais profundos.

Rasga-me em dúvidas e incertezas,
Leva minha consciência ao desconhecido,
Mergulha-me em tuas profundezas,
Domina minha vontade e a minha libido.

Arrasta-me até onde quer que tu estejas,
Atira-me aonde não tenha perigo,
Faze o que queres e como desejas,
Escancara meu coração, onde te dou abrigo.

                                                                                             
KARINA POPOVICZ

E VOCÊ NÃO QUIS

Pra você ofereci o melhor de mim,
Os sorrisos, as graças, a alegria.
Não imaginei que acabasse assim,
Com o peito apertado de tanta agonia.

Pra você quis dar meus melhores momentos,
Quis ser mais amável do que sou,
Quis até te contar meus lamentos,
Que você sem culpa nenhuma, ignorou.

Pra você poderia ter dado o melhor de mim,
Ter dedicado esforços em te fazer feliz,
Eu entendi errado, não foi bem assim,
Quis te dar meu amor, mas você não quis.

KARINA POPOVICZ

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PRA VOCÊ...

Enquanto meu coração pulsar
Eu quero te ter por perto,
Pra poder te abraçar,
Com meu coração aberto.
Eu quero passar os verões,
E os invernos junto contigo,
Quero escutar as canções,
E te ter, junto comigo.
Enquanto a vida durar,
Quero estar sempre ao teu lado,
E enquanto eu puder te amar,
Espero que possa ser amado.
Eu quero expirar felicidade,
E quero fazer você muito feliz!
Não quero ser pela metade,
Com um amor seco e infeliz.
Por isso enquanto eu puder amar,
Eu quero mais é amar você,
E nos teus braços me acomodar,
Sem razão, sem teor, sem por quê.
Só por amar...

KARINA POPOVICZ

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E é assim mesmo...
Quem sabe, faz.
Quem não sabe, ensina.
E quem não se presta a nenhuma das duas coisas, vira crítico!

UMA APAIXONADA

Eu tenho me sentido besta,
Mas tenho me sentido bem...
Colhi flores pra encher uma cesta,
E estou lendo um romance também.
Ando cantando pela rua,
Vejo alegria onde não tem.
Nem percebi, e me tornei tua,
Quando te vi não quis mais ninguém.

KARINA POPOVICZ

OBSERVÂNCIA DESCRITIVA

Eu vi cacos e telhas, vi macacos e abelhas,
Eu vi o céu nublado.
Eu vi cem beija flores, sólidos e vapores,
Eu vi o céu dourado.

Eu vi bonecos, esteiras, vi canecos e cadeiras,
Eu vi o céu azulado.
Eu vi bicicletas e nomes, eu vi dietas e fomes,
Eu vi o céu ensolarado.

Eu vi cabelos e pentes, eu vi sorrisos sem dentes,
Eu vi o céu fechado.
Eu vi tristeza e alegria, vi beleza e harmonia,
Eu vi o céu clivado.

Eu vi quadrados, esferas, esquadros e primaveras,
Eu vi o céu agitado.
Eu vi os sóis e os planetas, vi faróis e vi cometas,
Eu vi o céu iluminado.

KARINA POPOVICZ.

UM SEGREDO

Estive trancada numa sala escura,
Sala com ar de cela, sem leveza e sem janela,
Fria, sombria, obscura...

Estive presa por grades enferrujadas,
Grades como de uma prisão, presa sem acusação,
Sujas, feias, pesadas...

Estive amarrada pelos pés e mãos,
Contida como um bicho, tratada como um lixo,
Gritos vazios e vãos...

Fui calada com o medo,
Condenada por algum alguém.
Guardei isso como um segredo,
Que não quis contar a ninguém.

KARINA POPOVICZ

REFÉM DO TEMPO

Há tempos eu não contava mais as horas,
Nem lembro mais quando eu contava os dias,
Estranho que tenha mudado isso agora,
Me afogo no meio de tanta agonia.

O mundo gira, e eu sigo esperando,
Me agarro firme num fio de esperança,
Tuas horas passam quase que voando,
Minhas horas se fixam numa lembrança.

Espero ansiosa pelo que há de vir,
Idealizo cada próximo momento,
Convido todo o universo a agir,
E perco o domínio do meu pensamento.

KARINA POPOVICZ

QUANDO ENCONTREI UM AMOR

Estava lá eu, procurando um amor,
E então aparece um alguém diferente...
Cheguei mais perto pra sentir o calor,
E quis ficar ali, bem assim, de repente.
Uma conversinha sem pé nem cabeça,
Eu fingindo interesse muito interessada,
Reação assim, não há quem esqueça,
Ele quis me amar, e eu quis ser amada.
Tipo coisa do destino, obra do acaso,
Química perfeita e muita simetria,
Uma coisa assim não merece descaso,
Merece louvor por tamanha harmonia.
E foi assim, procurando um amor,
Que achei por acaso, o que não esperava,
Eu amava mais vezes , com menos teor,
Mas agora amo do jeito que eu sonhava.

KARINA POPOVICZ.

INDIFERENÇA

Você que já foi meu remédio,
Uma vez, tu me curaste.
Hoje, não cura nem tédio,
Veja o tamanho contraste!
Pra quem já foi meu mundo,
Não me causa mais nada.
Foste meu amor profundo,
E hoje não é nem piada.
Não te quero nunca mais,
Nem pra benzer tormenta.
Eu agora,  tenho paz,
Enquanto você se lamenta.

KARINA POPOVICZ

domingo, 8 de maio de 2011

EU SEI AMAR BEM

Pensei ter lhe dado todo o amor que pudera dar,
Mas podia dar ainda muito mais que dei.
Não me falta amor e nem haverá de faltar,
Mesmo não tendo mais o amor que entreguei.

Me nascem outros amores, outro  bem querer,
Cabem mais risos nessa boca minha.
Tem calor sobrando pronto pra aquecer,
Não nasci pra ser nem pra dormir sozinha.

Dou-me por toda sem saber a quem entregue,
Tenho uma fonte infinita de amor,
Basta ter quem à essa mesma se apegue,
E que aceite bem qual tamanho fervor.

KARINA POPOVICZ

O FRACO

Quisera eu ter forças,
Pra invocar demônios,
Fazer minhas preces,
Rogar tuas pragas,
Amaldiçoar teus passos.
Quisera eu ter forças,
Pra fazer feitiços,
Entregar teu corpo,
Vender minha alma,
Perturbar teu sono.
Quisera eu ter forças,
Pra tentar a sorte,
Desviar teu caminho,
Fazer sacrifícios,
Dominar tua vida.
Quisera  eu ter forças,
Pra te dar meu ódio,
Fazer teu inferno,
Mudar teu destino,
Adiantar teu fim.
Quisera eu, apenas,
Não ser assim, tão fraca,
E os fracos,
São aqueles que amam.

KARINA POPOVICZ

terça-feira, 3 de maio de 2011

O PRÍNCIPE SEM ESPADA

Chegou galopando um alazão selvagem,
Cabelos compridos, de barba cerrada,
Parecia o homem de maior coragem,
Que já me tivesse tido como amada.

Tamanha nobreza me deixou rendida,
Fui pega, como se fosse uma caçada,
Questão de momento, e fiquei iludida,
E no meu coração, lhe ofereci morada.

Um príncipe doce, delicado e belo,
Por tantas virtudes, fiquei encantada,
Eu quis ir morar com ele num castelo,
Até descobrir que eu fui enganada!

Não veio como eu sonhei que viesse,
Nem é bem do jeito que eu pedi pra fada,
Ainda que melhor homem, não houvesse,
Ai!  Meu príncipe não tinha espada...

Tinha muita coragem, mas não tinha espada.
Era dado às conquistas, mas não tinha espada.
Era o meu príncipe, mas não tinha espada.


Ai meu Deus, porque me iludiste?
Me enganando, com uma fachada,
Como é que eu não vou ficar triste,
Se o meu príncipe não tem espada...

E eu querendo vê-lo em batalha,
Pensei ter achado o par de cavalgada,
Mas na esgrima, ele se atrapalha,
Jesus! Meu príncipe não tem espada.

KARINA POPOVICZ

DISSOLUTA E NUA

Profana, promíscua, herege.
Eu uso vermelho, eu não uso bege!
Pobre é aquele, que não se protege,
Eu só sou a favor, de quem me elege.

Promíscua, herege, profana.
Eu sou intragável, eu não sou bacana!
Fama de terrível, de má, de sacana,
Desfavorecido, é quem é banana.

Herege, profana, promíscua.
Eu sou libertina, eu não sou conspícua!
Coitado de quem me julga, inócua,
Pois a minha vida, é muito profícua.

KARINA POPOVICZ

domingo, 10 de abril de 2011

HOJE MEU CORAÇÃO ESTÁ EM LUTO

Porque quando me morre um amor,
Morro junto com ele.
Morro de tanta dor,
E renasço de novo, dele.


KARINA POPOVICZ

domingo, 3 de abril de 2011

NOITES HILÁRIAS

Explosões de risos e loucuras,
Devaneios coloridos,
Elefante rosa sapateando,
Marca de móveis desconhecidos,
Filosofia barata, papo de mulher,
Quem quer, quer,
Quem não quer, não quer!
A comida causa emoções,
E a coca-cola fica especial,
Mais uma história triste,
Mais uma história legal.
E histórias sem final nenhum,
Ninguém entende mais nada,
Outra explosão de risos,
Mais uma palhaçada.
Alguém desligou o fogo?
Socorro, esqueci de tudo!
O que eu tava falando mesmo?
Hoje eu vou rir, amanhã, estudo.
Que graça que não tem fim...


KARINA POPOVICZ

EU GOSTO DA CHUVA

Andando na chuva, sozinha,
Vou sentindo um vazio na alma,
Parece uma dor que não é minha,
Mas sentir essa dor,  me acalma.

Peço em preces e desejos loucos,
Que minhalma sofra desse mal sagrado,
E pensando assim eu me comparo a poucos,
Os que amam com amor desesperado.

Eu já não procuro mais as marquises,
Eu me entrego à chuva por esse momento,
E sinto meus sonhos serem mais felizes,
Assim deixo livre o meu pensamento.

Penso que quero, que sei, que preciso,
Sofrer desse mal que só me fortalece,
Que alimenta e dá origem ao meu sorriso,
E ao mesmo tempo é o que me entristece.

Encorajada pelo próprio medo,
Entrego-me à chuva, entrego-me ao amor,
Enfim, assumo que o grande segredo,
Da minha alegria é a minha dor.

KARINA POPOVICZ

NUANCES DE AZUL

Azul da cor do mar, transparente da cor do ar.
Entre esses dois extremos, tentarei rimar.
A começar pelo azul marinho, cor de muito alinho,
E o azul celeste, próximo vizinho.
Tem o azul piscina, de quanta beleza!
E o azul bebê, que delicadeza...
O azuis mais claros são também mais frios,
Azuis quase brancos, causam calafrios.
Também tem nuances de azul brilhante,
Há azuis mais leves, em tom cintilante.
Vários tons de azul dominam as cores,
Estão no arco íris, e até nas flores!

KARINA POPOVICZ

DEUSES ROMANOS

Não me culpes injustamente pelo que sou,
Tudo culpa de Marte, o deus regente da guerra,
Que ao me ver nascer, para si me tomou,
E me fez sua guerreira aqui nessa Terra.

Quem por aí me ou viu tocando a lira,
Achando muito  estranho, se admirou.
Questionaram onde guardo a minha ira,
Que outras tantas vezes o mundo abalou.

Não me julgue meus atos cruéis ou perversos,
Já me basta a fama de só me interessar por cama.
Mas além de tocar lira, também sei fazer meus versos
Isso é porque Mecúrio também tem parte nessa trama.

Também sou regido pelo deus da morte
Sou guerreira e destemida de coragem inquestionável
Mas de todos os seres, sou a mais forte
E ao que dizem meus amores, sou também o mais amável.

Mas de Vênus também sou filha protegida
E por isso só o campo de batalha não me satisfaz.
Os amores todos  me deixam   rendida ,
Ao mesmo tempo em que desejo a guerra, meus amores me enchem de paz.

KARINA POPOVICZ

domingo, 27 de março de 2011

INSATISFAÇÃO

Eu quis amar a mais que pude,
E pude amar ainda mais que quis.
E quis amar ainda a mais que pude,
E quis poder amar ainda mais,
E fui amando
Amar; amei ,
O mais que pude , o mais que quis!
E quis amar ainda mais,
De amar, ainda não me satisfiz.

KARINA POPOVICZ

VERDE

Em tons de verde se manifestava,
Uma alegria louca que me dominava,
E com ares de leveza, em mim deslizava.
E com tal velocidade se multiplicava,
Que tudo agora era verde por onde eu andava.

KARINA POPOVICZ

INSENSATEZ

Mas que falta de senso prático,
Ir pela via, na contramão,
Depois, eu que sou lunático,
Pelo menos eu, tenho direção.

Mas que falta de senso crítico,
Andar por aí posando de louco,
Até mesmo o menos analítico,
Deve achar tudo isso muito pouco.

Cadê o seu senso de justiça?
Não se nega ajuda a quem te pede.
Parece descaso, sugere preguiça,
Tua sorte é que egoísmo não se mede.

E que dizer do teu senso de humor?
Não tem do negro, nem do colorido,
Deve ser por isso que te falta amor,
Desconfio que nem te seja merecido.

KARINA POPOVICZ

domingo, 20 de março de 2011

ANTISSOCIAL

Eu escrevi o que não deveria ter dito
E ainda bem que eu não disse
Mas o pior é que deixei escrito
Embora ninguem ,a mim, permitisse
De palavras sinceras me faço
Engolindo umas dez verdades por vez
E como não querem saber do fracasso
Não posso dizer o que penso a vocês
Mas por aqui deixarei escrito
Aquilo que de fato não posso dizer
Qualquer hora dessas, enlouqueço e grito
Dessa forma, por mim, haverão de saber
Que ao lhe oferecerem as simpatias
E parecerem assim, lhes admirar
Não passam de cobras, astutas, esguias
Serpenteando na arte de dissimular.

KARINA POPOVICZ

A ENTREGA

Eu quero sempre estar em primeiro lugar...
Se for assim, sou tua!
Se assim não for, sou minha.
Eu posso ser senhora de mim,
Mas nem por isso quero ser sozinha.
Eu posso ser de todo tua,
Se fores ser de todo meu.
Dou tudo que sou a quem escolhi,
Escolho aquele a quem me mereceu.

KARINA POPOVICZ
BEM NESSE DIA!!!  : D

EU SONHEI VOCÊ

Eu sonhei teus olhos quando vi o mar.
Entrei dentro deles,
Mergulhei sem medo.
Deixando somente a maré me levar.

Eu sonhei teus cabelos quando vi o vento.
Eu abri meus braços,
Pra sentir passar,
E guardar o teu cheiro no meu pensamento.

Eu sonhei teus lábios quando vi o mel.
Provei com vontade,
Eu guardei teu gosto,
Pra reconhecer quando encontrar o céu.


KARINA POPOVICZ

NUMA MÁ HORA

Ai meu Deus que desgraça,
Eu te conhecer assim...
Não teve tempo pra mim,
E mesmo assim, teve graça.

Muito melhor teria sido,
Se fosse em outro momento,
Bem longe o meu pensamento
De rock and roll, ou ruído.

Preferia que fosse outra hora,
Também em outro lugar,
Eu sem ver, você sem mostrar,
Ah, porque ser aqui, e agora?

Mesmo quando tenho sorte,
Eu acabo levando azar.
Conhecer você nesse bar,
Nessa hora assim, tão sem norte.

Você era pra ser conhecido,
Numa manhã bem iluminada,
Andando por uma calçada,
Sem terno, eu, sem vestido.


KARINA POPOVICZ

domingo, 13 de março de 2011

DESFORRA

Começou assim; ainda criança,
E foi sendo esculpida, como uma lança.

Fiz nos seus cabelos uma linda trança,
Fomos envolvidos numa bela dança ,
Vimos os caminhos da desesperança,
E assim fui tecendo a minha vingança.

Estivemos juntos, numa vizinhança,
Nos tornamos cúmplices numa aliança,
Se fez tempestade e se fez bonança,
Violenta e tórrida é minha lembrança.

Pra ter liberdade, eu paguei fiança.
Mera coincidência tanta semelhança?

Junto com a destreza e a desconfiança,
Ganhei um cardápio, tido como herança,
Não bastasse assim, tamanha abastança,
Desse prato frio, enchi minha pança.

KARINA POPOVICZ

INTERMITÊNCIA

Já não vejo flores há muito tempo.
Já não sinto frio, não tenho sonhado.
Dias cinzentos e meus olhos úmidos,
E o coração batendo abafado.

Ouço uma bulha,
Penso que vivo.
Sobrevivo mesmo após ter me matado.

Coração dilata e não altera o pulso,
Coração contrai, muito apertado.
Sístoles marcando compassos tristes,
Diástoles em tempo desordenado.

Já não sinto mais nenhum perfume.
Já não fico mais embriagado.
Meus ouvidos já não ouvem música.
E meu coração bate descompassado.

Ouço outra bulha,
Penso que vivo,
Mas não vivo mais, sobrevivo,

Perco os sentidos,
Penso que vivo,
Mas não vivo mais, sobrevivo.
KARINA POPOVICZ

MANHÃ DE EUFORIA

Acordei como quem sonhava,
Com o rosto esticado em risos,
Deixando em asfaltos e pisos,
Pegadas de quem  flutuava.

Estradas, e rumos,caminhos,
Por onde a ocasião me permite,
Não quero ter planos feitinhos,
Quero ir, e ir mais,sem limite.

De repente, me falta vontade,
Desentusiasmada, paro e me sento...
Não quero mais seguir em frente (agora)
E olho a estrada, e choro e lamento.

Dias feios tambem tem beleza,
Horas quase morro de alegria,
Horas  quase morro de tristeza,
E quantas vezes foi esse o meu dia...


KARINA POPOVICZ

O ABISMO E O VULCÃO

Eis que retorno à beira desse mesmo abismo
Abismo em que outrora já beirava, eu,
Quando nascida mais forte, depois da última morte
Volto a beirar essa imensidão.

Ando sem medo, beiro o perigo
Não me assusta o vazio, nem a solidão.
Antes de vir à esse precipício, estive andando à beira de um vulcão
E tomei para mim coragem.

Sei do tamanho do voo, sei do impacto da queda
Mas insisto em me atirar de cabeça
Já acostumei meu corpo com as pedras
E meus olhos vão abertos, para que eu jamais esqueça.

Tão queimada de lava, pele fina e sensível
Quero essas águas refrescando minha alma
Ora esse vazio me destrói, ora o vazio me acalma
E a minha velha companheira, solidão me faz companhia.

Abandonarei o meu corpo daqui muito em breve.
Pois se aqui não estou, estou a me queimar,
Com o corpo tomado em lava à latejar.
E no fim dessa morte, eu renasço de novo, beirando esse mesmo abismo de outrora.

KARINA POPOVICZ

ÓDIO MORTAL

Estou prometendo te arrancar os olhos,
E também vou extirpar teu fígado.
Vou por fogo nos cabelos e piolhos
E aumentar a cada grau centígrado,
A imensa raiva que quero sentir.

Te matar apenas, não me é suficiente,
Quero esquartejar teu corpo inteiro,
Vivo ainda, te arrancar dente por dente.
Ou qualquer ideia que tiver primeiro,
De te torturar, para me divertir.

Quero ver você morrer se esvaindo,
Suplicando pela minha compaixão.
Ah, nessa hora eu estarei  me rindo,
E com a boca cheia, te dizendo não.
Eu não tenho piedade, não adianta insistir.

KARINA POPOVICZ

PROMESSA DE AMOR

Seja meu, seja pra mim.
Lhe prometo meu amor sem fim.

Me deixe ficar radiante,
Cante e dance comigo.
Seja meu melhor amante,
Seja meu melhor amigo.

Fique do meu lado,
Nunca me abandone.
Serás sempre amado,
Quer que eu te impressione?

Morra de amor por mim,
E eu morro de amor por você.
Se quiser pode ser assim,
Ou posso ser menos clichê.

Mas seja meu por inteiro, todo, todinho
Nunca te farei triste, nem te deixarei sozinho.

KARINA POPOVICZ